Muitas vezes, tirar do papel o sonho de ter o próprio negócio e começar a própria empresa é difícil.
É claro que, além de uma boa ideia e muita força de vontade, é necessário ter um investimento inicial para viabilizar o negócio, seja para comprar os itens e equipamentos de infraestrutura, insumos para a produção, contratar os colaboradores, pagar fornecedores e mais ainda, para cumprir todas as exigências legais.
Para calcular o investimento inicial da sua empresa e saber o capital necessário, deve-se ter em mente, e colocar na “ponta do lápis” ou melhor, em uma planilha no computador, todos os custos…
Seguindo orientações do SEBRAE, ensinaremos aqui dois métodos para calcular O Investimento Inicial de seu negócio.
Para calcular O Investimento Inicial de um negócio, é possível somar o Investimento Fixo ao Investimento Pré-Operacional e ao Capital de Giro.
Investimento fixo
O Investimento Fixo é todo o recurso financeiro utilizado para adquirir bens e dar início ao negócio.
Geralmente, são investimentos em estrutura física, como aluguel ou compra de salas, prédios, computadores, equipamentos, máquinas, móveis, utensílios, veículos, segurança, decoração, estoque, compra de softwares e armazenamento em nuvem.
Investimento pré-operacional
O Investimento Pré-Operacional é mais uma forma de investimento inicial, mas não é voltado para a aquisição de bens, e sim para ações que dão o “pontapé inicial” nas operações da empresa, sendo que algumas são realizadas uma única vez, e outras são recorrentes.
Fazem parte do Investimento Pré-Operacional os gastos com a formalização da empresa, a obtenção de alvarás, o treinamento da equipe, o pagamento de um contador e o registro de marca, dentre outros.
Capital de Giro
O Capital de Giro é o dinheiro que supre as necessidades de fluxo de caixa, ou seja, o montante necessário para garantir que haverá recurso (R$) para pagar as contas da empresa até que a empresa comece a faturar.
Capital de Giro é o valor (dinheiro) que faz a empresa girar.
Faz parte do Capital de Giro as despesas gastas com salários, pró-labore, pagamento dos fornecedores, contas de energia elétrica, despesas com água, internet, telefonia, impostos, obtenção de alvarás etc..
Para obter o valor do Capital de Giro, some os totais de todas essas despesas.
2º Método para Obter O Investimento Inicial: Análise do Break Even
Outra forma de calcular O Investimento Inicial é analisar o Break Even da empresa.
O Break Even é o cálculo que demonstra a partir de qual momento a empresa passará a ter lucro.
Além de dar O Investimento Inicial, o Break Even é a ferramenta que serve para medir “a saúde financeira” do negócio.
O Break Even é o ponto de equilíbrio entre as receitas totais e o custo total, cuja fórmula matemática é RT (Receitas Totais) = CT (Custos Totais).
Para calcular o Break Even, explicamos a seguir alguns conceitos básicos como Custo Fixo, Custo Variável, Custo Total e Receita Total.
Custo Fixo (CF)
O Custo Fixo é a soma das despesas fixas, aquelas que não se alteram com a quantidade de produtos fabricados ou de vendas realizadas.
Exemplos: aluguel de salas ou prédios, compra de computadores, máquinas e equipamentos, obtenção de alvarás etc..
Custo Variável (CV)
O Custo Variável é a soma das despesas que sofrem interferência de diversos fatores.
Exemplos: gastos com colaboradores (salários, encargos), compra e obtenção de matéria-prima, pagamento de impostos (a depender do enquadramento social) etc..
Custo Total (CT)
É a soma entre o Custo Fixo e o Custo Variável.
Receita Total (RT)
A Receita Total é o valor obtido ao se multiplicar o Preço Unitário do produto (ou serviço) pelo Número de Vendas Realizadas.
O Ponto de Equilíbrio do Break Even é quando a Receita Total se equivale ao Custo Total (RT = CT).
O lucro da empresa “começa” somente após o Ponto de Equilíbrio (Break Even), sendo esse também, o seu Investimento Inicial.
Outras formas de calcular O Investimento Inicial
A seguir, seguem alguns aspectos importantes que o Empreendedor deve se atentar na hora de calcular O Investimento Inicial:
Custos com a Legalização da Empresa
O Brasil é um dos países com mais leis do mundo, portanto, muitas exigências legais e procedimentos burocráticos para a abertura e regularização de empresas. Por certo que, cada uma delas envolve custos e gastos por parte do Empreendedor.
Os primeiros gastos certamente serão com a inscrição (“abertura”) do CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) e o registro do Contrato Social, documentos esses que atestarão a existência e legalidade da empresa, seu ramo de atuação, objeto social e enquadramento jurídico e fiscal.
Alguns negócios terão gastos com alvarás sanitários, Corpo de Bombeiros e alvarás específicos para a atividade a ser exercida.
Despesas Administrativas
Não considere para o cálculo do Investimento Inicial apenas as despesas com a criação do produto ou com os serviços que serão prestados por sua Empresa, considere também os gastos administrativos, com advogados e assessoria jurídica especializada, vendedores, equipe de recrutamento etc..
Mantenha uma reserva financeira
Caso seja possível (se esforce para isso), inclua no cálculo do Investimento Inicial uma reserva financeira para seu negócio.
O mais indicado é manter uma reserva de 5% (cinco por cento) do valor total do Capital de Giro para se manter preparado para eventos imprevistos, caso ocorram. Essa reserva servirá para arcar com essas despesas imprevistas.
Faça Benchmarking
Realize Benchmarking, que é um processo de buscar e analisar quais são as práticas adotadas por empresas do mesmo segmento da atuação de seu negócio.
Assim, você terá uma melhor noção dos custos operacionais de seu segmento e verificar as estratégias adotadas por empresas bem-sucedidas e saudáveis financeiramente.
Por meio destes métodos de cálculo e destas dicas simples, calcule o investimento inicial da sua empresa e tire do papel o sonho de empreender.
Fonte: SEBRAE