Quais dados não devo compartilhar com as Inteligências Artificiais?

Nos últimos anos, as inteligências artificiais (IAs) têm revolucionado o mercado global, oferecendo ferramentas inovadoras para diversos setores. Recentemente, a startup chinesa DeepSeek lançou uma nova plataforma de IA no estilo chatbot, causando grande impacto na indústria de tecnologia. O lançamento dessa ferramenta gerou repercussões significativas, incluindo uma queda expressiva no valor das ações de grandes empresas nos Estados Unidos, resultando em uma perda de mercado equivalente a 46% do PIB do Brasil.

Especialistas indicam que o avanço da DeepSeek pode superar a rival americana OpenAI (ChatGPT), trazendo uma reconfiguração do setor. Entretanto, à medida que novas tecnologias emergem, cresce também a preocupação com a segurança e privacidade dos dados compartilhados. É fundamental que usuários estejam atentos às boas práticas de segurança da informação para evitar riscos desnecessários.

Quais os cuidados devemos tomar ao usar modelos de IA?

A primeira recomendação dos especialistas em segurança da informação é ler atentamente os termos de uso e as políticas de privacidade das plataformas de IA. Embora a maioria dos usuários tenda a ignorar esses documentos, são neles que as empresas detalham como os dados são coletados, armazenados e tratados.

De modo geral, é essencial adotar uma postura cautelosa ao interagir com chatbots e outros modelos de IA, evitando o compartilhamento de informações sensíveis. Isso se aplica tanto a dados pessoais, como RG e CPF, quanto a dados corporativos sigilosos, que podem comprometer estratégias empresariais ou expor vulnerabilidades.

O que nunca compartilhar com plataformas de IA?

Abaixo está uma lista de informações que não devem ser compartilhadas com ferramentas de inteligência artificial:

Dados pessoais: Números de identificação, como CPF, RG, passaporte e CNH.
Informações financeiras: Dados bancários, números de cartões de crédito e senhas.
Dados de saúde: Resultados de exames médicos e diagnósticos.
Localização: Endereço residencial e geolocalização de dispositivos.
Biometria: Impressões digitais e reconhecimento facial.
Informações empresariais sigilosas: Dados internos, estratégias de negócios e códigos de programação.

Cuidado especial com informações corporativas

No ambiente de trabalho, o compartilhamento de dados de clientes e projetos internos exige atenção redobrada, principalmente ao utilizar ferramentas gratuitas de IA. Muitos modelos utilizam os dados inseridos pelos usuários para treinar algoritmos, o que pode levar a exposição inadvertida de informações confidenciais para terceiros.

Portanto, antes de inserir qualquer dado em uma plataforma de IA, avalie se a informação é sensível e se o compartilhamento pode representar um risco para sua empresa ou clientes.

Os dados podem ser utilizados para criação de novas ferramentas?

Sim! As empresas responsáveis por plataformas de IA frequentemente utilizam as informações coletadas para o desenvolvimento de novos produtos e aprimoramento de seus modelos. Já há relatos de pessoas utilizando IA para finalidades como “consultas médicas” e até “terapia virtual”, sem considerar que essas interações não são protegidas por normas éticas ou confidencialidade profissional.

Além disso, há uma diferença entre os serviços gratuitos e pagos de algumas plataformas. Em muitos casos, as versões gratuitas usam os dados inseridos pelos usuários para alimentar publicamente novos modelos de IA, enquanto os serviços pagos podem oferecer um nível maior de privacidade.

Se a privacidade for uma preocupação, verifique se a ferramenta permite a desativação do armazenamento do histórico de conversas ou a exclusão de dados.

O que diz a legislação brasileira?

O Brasil conta com legislações que protegem os usuários contra abusos no uso de seus dados, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). No entanto, um desafio na regulamentação das plataformas de IA está na localização da sede das empresas responsáveis pelos modelos de inteligência artificial. Muitos serviços operam globalmente, o que pode dificultar a aplicação da legislação brasileira em determinados casos.

Diante desse cenário, a melhor forma de proteção é a prevenção. Os usuários devem seguir boas práticas de segurança da informação e evitar compartilhar dados que possam comprometer sua privacidade ou segurança.

O avanço das IAs é promissor e oferece inúmeras vantagens, mas o compartilhamento irresponsável de informações pode trazer riscos irreversíveis. Seja no uso pessoal ou corporativo, evite fornecer dados sensíveis e busque sempre plataformas confiáveis.

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